A residência acima, além de desafiar a gravidade, possui uma história que mostra como o jeito de morar contemporâneo está em transformação.
Os proprietários, o casal Bob e Kim Zielinski, sempre morou em um tradicional subúrbio residencial americano, na cidade de Pittsburgh-EUA. Com os filhos já criados, surgiu a vontade de morar mais perto do trabalho, sem perder a privacidade. Então, eles resolveram percorrer as margens do rio Monongahela tirando fotos de antigas estruturas fabris de ferro para buscar inspiração para o novo lar. Levou um tempo até perceberem que a melhor solução não era comprar um terreno próximo, mas de fato morar em cima da fábrica de vidro da família.
Feita em cima do telhado da empresa, a obra se projeta sobre a avenida vizinha, chegando a fazer sombra na linha do trem que passa ali ao lado. A vista panorâmica para a cidade é incrível e revela a tradição industrial do local, formada por pontes, edifícios fabris e trilhos de trem.
O idealizador da ideia foi o arquiteto Eric Fisher, da Fisher Architecture. O americano propôs uma ousada solução de estrutura em cantiléver – nome que se dá às vigas que se projetam para fora, sustentadas apenas em uma das extremidades, criando o que chamamos balanço.
A obra demorou três anos para ficar pronta e precisou de uma equipe especializada na construção de pontes, acostumada a estruturar esse tipo de edificação. O resultado é um volume suspenso de 16 metros de comprimento, que abriga quarto, salas e a cozinha aberta.
O projeto de interiores dialoga com a estética arquitetônica e valorizar os elementos construtivos e estruturais da obra. A madeira quebra a frieza industrial, trazendo aconchego. Os espaços amplos foram ocupados de maneira mínima com os móveis, priorizando a funcionalidade e ajudando na ênfase para a vista ao exterior.
Fonte: Revista Casa Vogue
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